História do Traje Português de Equitação
O Traje de Equitação tradicional que hoje vemos usar nas nossas feiras e em particular na Feira de S. Martinho, é o traje popular que se usava em Portugal para montar, nos trabalhos do campo e nos momentos lúdicos no século XIX e inícios do Século XX.
O Traje masculino rico ou de ver-a-Deus, difere do traje mais popular pelo chapéu e pela riqueza dos tecidos e de alguns adornos.
O homem do campo tinha de usar um traje funcional, adaptado aos seus misteres de todos os dias.
A cabeça cobria-a com um barrete, (negro no trabalhador rural e verde de orla vermelha no campino) ou com um chapéu largo com virola, de copa convexa, como se vê na figura do “Zé Povinho” criada e imortalizada por Bordalo Pinheiro.
O traje de hoje substituiu o barrete e o chapéu de copa convexa, pelo chapéu usado pelo proprietário das terras ou por outras personagens de escala social acima do trabalhador rural. De aba larga, perdeu a virola e a copa é “metida para dentro” desenhando um rebordo a que alguns chamam o “tachinho”.
O colete persistiu como peça de indumentária que vem da Idade Média evoluído do loudel ou do gibão e sobre ele assenta a jaqueta cortada a direito nas costas, por cima da linha da cintura. A jaqueta fecha com botões de osso, prata ou outros metais ou com alamares ricos, algumas vezes recordação de um familiar próximo.
A Jaqueta tem inúmeros modelos de golas (de tira, sem gola, de romeira, de jaquetão, de rebuço, de dois bicos…), e por vezes é enfeitada com “cantos” ou com “cotoveleiras” que no modelo prático eram locais de reforço ou remendos nos pontos de maior desgaste do tecido.
A calça é de cós alto, segura com suspensórios e na cintura bem ajustada e com as franjas à esquerda, enrola-se a cinta, usualmente negra no trabalhador rural e vermelha no campino.
A calça desce a direito até à bota de pele de carneira ou de vitela, terminando em boca-de-sino no cavador da terra e a direito, sem dobra e um pouco acima do tornozelo, quando se pretende montar a cavalo, tapando a polaina ou o botim ou a bota alta com salto de prateleira. Com o traje rico as polainas, botins ou botas altas são de polimento.
No campino persistiu o calção, modelo do século XVIII usado até à Revolução Francesa, com meia branca até ao joelho sem polaina, com sapato de salto de prateleira onde assenta a espora ou o esporim de lira.
A camisa é branca, sem gravata ou laço, de colarinho com as pontas redondas viradas para o peito, fechado por botões em casas ou por abotoaduras de ouro ou prata, duplas ou singelas. A carcela da camisa ‘pode ser adornada de folhos, num resquício do traje rico da corte do século XVIII.
A mulher do campo não montava a cavalo. Deslocava-se à garupa do cavaleiro ou sobre um burro arreado de albarbão, sentada de lado com as pernas unidas e colocadas à esquerda da coluna vertebral do asno.
As senhoras “de posses” (as Amazonas) até escarrancharem, por cerca de 1935, montam de lado em sela própria e só usam espora numa das botinas. Vestem a moda estrangeira, que entretanto o contacto facilitado com os novos meio de comunicação, permitia que lhes chegasse do Reino Unido e de França. É difícil por isso encontrar um genuíno modelo português, mas o exemplo pode ver-se na Rainha Senhora Dona Amélia que montando à Amazona usava quer o traje Inglês, quer o traje que se pode entender como português, com chapéu de virola de aba mais curta que o modelo do chapéu de homem e adornado de dois “pom-pom”, que se designava por “chapéu serrano” e jaqueta curta de corte bem feminino, ou jaqueta de quartos e quartilhos com camisa de carcela enfeitada de folhos.
Quando as Senhoras começam a “escarranchar” a saia de amazona é substituída por uma saia comprida até abaixo do tornozelo.
Por baixo desta saia fendida à frente e atrás para “cair” para os dois lados da sela, a Amazona continua a vestir, como o fazia com a saia de amazona de anos atrás, um calção comprido até ao tornozelo, que aperta, como se fosse no punho, por três botões em casa. Este calção não era nem deve ser uma calça à homem cortada a direito, (ao contrário do que erradamente se vê hoje) pois nessa época exigia-se rigorosa distinção no modo de trajar entre os dois sexos. Por este facto as Senhoras não usam colete, que como escrevi atrás é peça própria da indumentária masculina.
Com o Traje de Amazona calça-se botina de cano curto e de tacão pouco alto e com o traje de escarranchar bota ou botim que nos últimos anos ganhou tacão, sem perder o salto de prateleira.
O Traje masculino rico ou de ver-a-Deus, difere do traje mais popular pelo chapéu e pela riqueza dos tecidos e de alguns adornos.
O homem do campo tinha de usar um traje funcional, adaptado aos seus misteres de todos os dias.
A cabeça cobria-a com um barrete, (negro no trabalhador rural e verde de orla vermelha no campino) ou com um chapéu largo com virola, de copa convexa, como se vê na figura do “Zé Povinho” criada e imortalizada por Bordalo Pinheiro.
O traje de hoje substituiu o barrete e o chapéu de copa convexa, pelo chapéu usado pelo proprietário das terras ou por outras personagens de escala social acima do trabalhador rural. De aba larga, perdeu a virola e a copa é “metida para dentro” desenhando um rebordo a que alguns chamam o “tachinho”.
O colete persistiu como peça de indumentária que vem da Idade Média evoluído do loudel ou do gibão e sobre ele assenta a jaqueta cortada a direito nas costas, por cima da linha da cintura. A jaqueta fecha com botões de osso, prata ou outros metais ou com alamares ricos, algumas vezes recordação de um familiar próximo.
A Jaqueta tem inúmeros modelos de golas (de tira, sem gola, de romeira, de jaquetão, de rebuço, de dois bicos…), e por vezes é enfeitada com “cantos” ou com “cotoveleiras” que no modelo prático eram locais de reforço ou remendos nos pontos de maior desgaste do tecido.
A calça é de cós alto, segura com suspensórios e na cintura bem ajustada e com as franjas à esquerda, enrola-se a cinta, usualmente negra no trabalhador rural e vermelha no campino.
A calça desce a direito até à bota de pele de carneira ou de vitela, terminando em boca-de-sino no cavador da terra e a direito, sem dobra e um pouco acima do tornozelo, quando se pretende montar a cavalo, tapando a polaina ou o botim ou a bota alta com salto de prateleira. Com o traje rico as polainas, botins ou botas altas são de polimento.
No campino persistiu o calção, modelo do século XVIII usado até à Revolução Francesa, com meia branca até ao joelho sem polaina, com sapato de salto de prateleira onde assenta a espora ou o esporim de lira.
A camisa é branca, sem gravata ou laço, de colarinho com as pontas redondas viradas para o peito, fechado por botões em casas ou por abotoaduras de ouro ou prata, duplas ou singelas. A carcela da camisa ‘pode ser adornada de folhos, num resquício do traje rico da corte do século XVIII.
A mulher do campo não montava a cavalo. Deslocava-se à garupa do cavaleiro ou sobre um burro arreado de albarbão, sentada de lado com as pernas unidas e colocadas à esquerda da coluna vertebral do asno.
As senhoras “de posses” (as Amazonas) até escarrancharem, por cerca de 1935, montam de lado em sela própria e só usam espora numa das botinas. Vestem a moda estrangeira, que entretanto o contacto facilitado com os novos meio de comunicação, permitia que lhes chegasse do Reino Unido e de França. É difícil por isso encontrar um genuíno modelo português, mas o exemplo pode ver-se na Rainha Senhora Dona Amélia que montando à Amazona usava quer o traje Inglês, quer o traje que se pode entender como português, com chapéu de virola de aba mais curta que o modelo do chapéu de homem e adornado de dois “pom-pom”, que se designava por “chapéu serrano” e jaqueta curta de corte bem feminino, ou jaqueta de quartos e quartilhos com camisa de carcela enfeitada de folhos.
Quando as Senhoras começam a “escarranchar” a saia de amazona é substituída por uma saia comprida até abaixo do tornozelo.
Por baixo desta saia fendida à frente e atrás para “cair” para os dois lados da sela, a Amazona continua a vestir, como o fazia com a saia de amazona de anos atrás, um calção comprido até ao tornozelo, que aperta, como se fosse no punho, por três botões em casa. Este calção não era nem deve ser uma calça à homem cortada a direito, (ao contrário do que erradamente se vê hoje) pois nessa época exigia-se rigorosa distinção no modo de trajar entre os dois sexos. Por este facto as Senhoras não usam colete, que como escrevi atrás é peça própria da indumentária masculina.
Com o Traje de Amazona calça-se botina de cano curto e de tacão pouco alto e com o traje de escarranchar bota ou botim que nos últimos anos ganhou tacão, sem perder o salto de prateleira.
João Gorjão Clara (Autor do Livro “O Traje Português de Equitação”)
Concurso do Traje Português de Equitação
Futura descrição da história do Concurso do Traje Português de Equitação da Feira da Golegã
Baile da Jaqueta
Futura descrição da história do Baile da Jaqueta